Em um mundo onde a tecnologia avança em ritmo acelerado, a confiança em ativos digitais pode ser abalada por criminosos virtuais ávidos por explorar vulnerabilidades.

Este guia detalhado apresenta o cenário atual das fraudes em criptomoedas e oferece orientações essenciais para manter seus investimentos seguros.

Panorama dos Golpes e Fraudes em 2025

O primeiro semestre de 2025 foi marcado por perdas históricas: mais de US$ 2,5 bilhões perdidos apenas entre janeiro e junho, segundo relatórios da Certik.

Globalmente, os golpistas adaptaram seus métodos. Enquanto o número de incidentes diminui, seu impacto financeiro cresce de forma alarmante. Nos Estados Unidos, o FBI contabilizou US$ 9,3 bilhões em fraudes cripto durante 2024.

No Brasil, quase metade das vítimas de golpes financeiros relatou perdas envolvendo criptomoedas, conforme dados da CVM. Ethereum liderou em valores roubados, com US$ 1,5 bilhão no período, seguido pelo Bitcoin, com US$ 373 milhões.

As operações criminosas tornaram-se cada vez mais altamente organizadas, com uso intensivo de IA e deepfakes, além de esquemas de lavagem cross-chain e “fraude como serviço”.

Principais Golpes e Fraudes do Momento

Para compreender as táticas dos golpistas, é fundamental conhecer as principais modalidades que dominam o mercado:

Fatores Facilitadores dos Golpes

• Alta adoção de criptomoedas atrai novatos sem preparo técnico.
• Falta de regulação rigorosa em ambientes digitais e redes sociais.
• Aparência de legitimidade criada por deepfakes e identidades falsas.
• Baixo nível de educação financeira e desconhecimento de riscos inerentes.

Como os Golpes Funcionam na Prática

Entender a mecânica por trás de cada fraude é fundamental para reconhecê-la a tempo:

Falsas promoções (airdrops e ICOs) exigem envio prévio de ativos, prometendo retornos irreais. Ao final, os golpistas desaparecem com os fundos.

Os links maliciosos de phishing recriam sites oficiais, capturam senhas e transferem criptomoedas sem que a vítima perceba o erro.

Golpes de romance ou “engorda e abate” exploram o afeto para convencer vítimas a investirem em plataformas inexistentes, acumulando valores elevados.

Operações de pump-and-dump manipulam preços de tokens, inflando artificialmente seu valor para, depois, liquidar grandes volumes, causando perdas aos investidores finais.

Outra tática sutil é o “address poisoning”: os golpistas enviam pequenas frações de criptomoedas para endereços com dígitos semelhantes aos das vítimas, induzindo ao erro de cópia e perda de fundos.

Recomendações de Segurança

• Nunca compartilhe chaves privadas ou frases-semente, nem em situações de pressão.
• Verifique sempre URLs e apps por canais oficiais e certificados.
• Opte por carteiras cold wallet para grandes quantias, desconectadas da internet.
• Ative autenticação em dois fatores em exchanges e aplicativos de confiança.
• Realize auditorias frequentes em contratos inteligentes antes de interagir.
• Desconfie de “provas sociais” em redes sociais e grupos de mensagens.
• Eduque-se continuamente sobre novas ameaças e técnicas de fraude.

Fontes Oficiais e Onde Denunciar

• CVM: alertas sobre pirâmides e golpes com criptoativos no Brasil.
• Empresas de análise blockchain (Certik, Chainalysis, TRM Labs) para relatórios confiáveis.
• FBI/IC3 para denúncias internacionais e residentes nos EUA.
• Plataformas de cibersegurança (Scam Sniffer) que mantêm listas negras de URLs.

Desafios e Futuro da Segurança em Cripto

À medida que a Inteligência Artificial evolui, os deepfakes se tornam mais convincentes, exigindo novas camadas de defesa automatizadas.

Modelos de “fraude como serviço” vendem kits prontos na dark web, tornando golpes acessíveis até mesmo a criminosos inexperientes.

Reguladores, exchanges e desenvolvedores precisam adotar camadas extras de segurança e comunicação transparente, além de promover educação permanente da comunidade.

Somente uma combinação de tecnologia robusta, vigilância ativa e capacitação dos investidores poderá conter a escalada das fraudes em 2025 e além.