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Investindo em Ouro e Outros Ativos de Proteção

Investindo em Ouro e Outros Ativos de Proteção

31/10/2025 - 08:20
Marcos Vinicius
Investindo em Ouro e Outros Ativos de Proteção

Em meio a cenários de incerteza financeira e instabilidade global, entender como proteger seu patrimônio tornou-se essencial. O ouro e outros ativos de proteção ganham relevância para quem busca estabilidade e diversificação.

Contexto Macroeconômico e Razões para Buscar Proteção

A conjuntura econômica de 2025 revela uma desaceleração econômica global e tensões geopolíticas cada vez mais evidentes. A inflação persistente nos Estados Unidos, aliada à desvalorização do dólar e instabilidade comercial entre grandes potências, empurra investidores para ativos considerados mais seguros.

O ouro, cotado em torno de US$ 4.348 por onça-troy até outubro de 2025, acumulou uma valorização de 56% a 60% em 2025, superando amplamente o rendimento de 1% do S&P 500 no mesmo período. Bancos centrais de nações como China, Índia, Rússia e Brasil planejam adquirir cerca de 1.000 toneladas até o fim do ano, marcando o quarto ano consecutivo de expansão das reservas de ouro.

Ouro como Principal Ativo de Proteção

Desde tempos remotos, o ouro é considerado o ativo mais seguro e universal, pois não está atrelado a um único sistema financeiro ou risco de crédito soberano. Sua alta liquidez e aceitação mundial garantem que ele funcione como um verdadeiro seguro patrimonial em ciclos de crise.

No período de 2023 a março de 2025, o metal precioso valorizou-se 68%, reforçando seu papel de refúgio. Projeções para o final de 2026 variam entre US$ 3.675 (J.P. Morgan) e US$ 5.190 (Long Forecast), demonstrando consenso de alta diante de perspectivas inflacionárias e geopolíticas.

Opções de Investimento em Ouro no Brasil

Para investidores brasileiros, existem múltiplas formas de exposição ao ouro, adequadas a diferentes perfis e objetivos:

  • ETF GOLD11: negociado na B3 a R$ 19,20 por cota, com alta de 13% no ano e rentabilidade superior a 30% em 2025.
  • BDRs de ETFs internacionais: movimentaram R$ 955 milhões no primeiro semestre, oferecendo acesso a liquidez externa.
  • Fundos multimercados (Trend Ouro Dólar, Trend Ouro FIM): exposição via contratos futuros, aplicação mínima de R$ 100.
  • Ouro físico: barras a partir de 1 g (aprox. R$ 400), exige cuidados logísticos de armazenamento e transporte.
  • Ações de mineradoras: por exemplo, AURA33 (Aura Minerals), que produziu 124,1 mil onças equivalentes no primeiro semestre de 2025.
  • Contratos futuros de ouro na B3: como o GLD, destinado a investidores sofisticados, representando uma onça-troy (~32 g).

Perfil do Investidor e Recomendações

O ouro é mais indicado para perfis conservadores e moderados, preocupados com preservação de capital e proteção contra inflação e volatilidade. Para esses perfis, recomenda-se alocar entre 5% e 10% da carteira em ouro, reduzindo oscilações sem comprometer retornos de longo prazo.

Instituições e investidores estrangeiros intensificaram aportes em 2025, enquanto 17% dos millennials já investem no metal. A diversificação é fundamental: combinando ouro, títulos indexados à inflação e fundos cambiais, é possível construir um portfólio resiliente.

Riscos e Limitações

Apesar de ser um refúgio confiável em crises, o ouro não gera renda passiva, como dividendos ou juros. Além disso, existe o risco de correções de 10% a 20% caso tensões geopolíticas diminuam ou o dólar se recupere.

ETFs e fundos multimercado cobram taxa de administração entre 0,50% e 0,55% ao ano, e o ouro físico envolve custos de armazenagem, transporte e tributações como IOF e Imposto de Renda.

Comparação com Outros Ativos de Proteção

A tabela abaixo resume as principais características comparativas entre ouro e outras classes de ativos usados como proteção:

Tendências e Perspectivas

Em 2025, fundos globais atrelados ao ouro alcançaram recorde de US$ 472 bilhões em ativos sob gestão. A busca institucional pelo metal deve continuar com compras regulares de bancos centrais e adesão crescente de investidores de varejo.

No Brasil, a negociação de ETFs e BDRs de ouro bateu novos recordes, reforçando o apetite local por diversificação. Complementarmente, fundos cambiais, títulos IPCA e fundos imobiliários se consolidam como alternativas para proteção e equilíbrio de carteiras.

Conclusão

Incorporar o ouro e outros ativos de proteção a uma carteira bem estruturada é estratégia comprovada para enfrentar volatilidade e crises. Com inclusão entre 5% e 10% de ouro, é possível equilibrar segurança e potencial de retorno no longo prazo.

Ao diversificar globalmente com ETFs, fundos cambiais e títulos indexados, o investidor constrói um portfólio resiliente, preparado para superar desafios econômicos e assegurar tranquilidade financeira.

Marcos Vinicius

Sobre o Autor: Marcos Vinicius

Marcos Vinicius