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Certificados de Depósito Bancário: Uma Boa Opção?

Certificados de Depósito Bancário: Uma Boa Opção?

01/12/2025 - 22:50
Giovanni Medeiros
Certificados de Depósito Bancário: Uma Boa Opção?

Os Certificados de Depósito Bancário (CDB) são instrumentos de renda fixa fundamentais no portfólio de investimentos no Brasil. Emitidos por instituições financeiras, eles permitem ao investidor emprestar recursos ao banco em troca de juros. Este artigo apresenta de forma detalhada título de renda fixa privado emitido por bancos, seus tipos, funcionamento, vantagens, desvantagens e riscos, auxiliando você a decidir se o CDB é adequado para o seu perfil.

O que é CDB?

O Certificado de Depósito Bancário é um título de dívida emitido por bancos e instituições financeiras para captar recursos no mercado. Ao adquirir um CDB, o investidor assume o papel de credor da instituição, que se compromete a devolver o valor aplicado acrescido de juros no prazo acordado.

Do ponto de vista do emissor, o CDB serve para financiar operações de crédito, como empréstimos pessoais e financiamentos de projetos. Cada título possui modalidade nominativa vinculada a um único titular, garantindo rastreabilidade e segurança jurídica.

Como funciona um CDB?

Ao investir em um CDB, você aplica um montante que fica disponível para o banco durante o prazo contratado. No vencimento, recebe de volta o principal mais os juros estabelecidos no momento da contratação. Caso o título permita liquidez diária, é possível realizar resgates a qualquer momento, ainda que geralmente com rendimentos menores.

Os juros podem ser definidos de três formas principais: prefixados, pós-fixados ou híbridos. A instituição utiliza o capital captado para conceder empréstimos, obtendo lucro na diferença entre o custo pago ao investidor e a taxa cobrada dos tomadores de crédito.

Tipos de CDB

Existem modalida­des variadas de CDB para atender a diferentes objetivos e cenários econômicos. Conheça as principais:

  • Prefixado: taxa de juros fixa desde o início, ideal quando se prevê queda da Selic.
  • Pós-fixado: rendimentos atrelados ao CDI, indicado em cenários de alta dos juros.
  • Híbrido: combinam taxa fixa e inflação, perfeito para proteger contra a alta de preços.
  • Liquidez Diária: resgate a qualquer tempo, opção para reserva de emergência.

Rentabilidade

Os CDBs prefixados oferecem taxas conhecidas antecipadamente, como 12,5% a.a., garantindo previsibilidade. Já os pós-fixados são informados em porcentagem do CDI: um CDB a 120% do CDI, por exemplo, rende 1,2 vezes a taxa anual do índice.

Se o CDI está em 13% ao ano, um título a 120% dele rende 15,6% a.a. bruto. Em bancos de grande porte, as taxas costumam variar entre 90% e 100% do CDI, enquanto instituições menores e fintechs oferecem de 110% a 120% ou prefixados de 13% a 14% a.a.

Em geral, os CDBs superam a poupança e, em bancos médios, podem rivalizar com o Tesouro Selic.

Impostos e Taxas

Os rendimentos de CDBs estão sujeitos ao Imposto de Renda regressivo e ao IOF em caso de resgates nos primeiros 30 dias. Não há cobrança de taxa de administração, o que as torna mais atraentes que fundos de investimento.

  • Até 6 meses: 22,5% de IR
  • 6 a 12 meses: 20% de IR
  • 12 a 24 meses: 17,5% de IR
  • Acima de 24 meses: 15% de IR

O IOF incide apenas se houver resgate antes de 30 dias, caindo gradativamente até zerar no trigésimo dia.

Garantias e Riscos

Os CDBs de instituições associadas contam com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que oferece cobertura de até R$ 250 mil por CPF em cada instituição, protegendo o investidor em caso de insolvência bancária a cada quatro anos.

Entretanto, existe risco de crédito: quanto menor o banco, maior tende a ser a taxa, compensando a probabilidade de inadimplência. Também há risco de liquidez, em CDBs sem resgate diário, que podem impossibilitar o saque antecipado.

Vantagens

  • proteção do Fundo Garantidor de Créditos, conferindo segurança adicional.
  • Rentabilidade geralmente superior à poupança, especialmente em bancos médios.
  • acessibilidade para diversos perfis de investidores, com valores mínimos reduzidos.
  • Disponibilidade de modalidades com liquidez diária ou prazos mais longos.

Desvantagens

O limite de cobertura do FGC pode ser insuficiente para grandes investimentos, exigindo diversificação em diferentes instituições. Em bancos maiores, as taxas costumam ser mais baixas, reduzindo o potencial de ganho.

A incidência de IOF em resgates antecipados e a tributação do IR podem impactar o retorno líquido, exigindo cuidado na comparação com produtos isentos, como LCI/LCA.

Em CDBs prefixados, há risco de a inflação superar a taxa contratada, diminuindo o poder de compra do montante.

Perfis de investidores indicados

Conservadores e iniciantes se beneficiam da previsibilidade dos CDBs, pois sabem exatamente quanto irão receber ao final do prazo. Para quem busca reserva de emergência, as versões com liquidez diária são ideais.

Já investidores que podem “travar” o capital por períodos mais longos, de dois a cinco anos, podem aproveitar taxas prefixadas ou híbridas para potencializar ganhos acima da inflação.

Comparações relevantes

A seguir, uma tabela comparativa entre CDBs e outros produtos de renda fixa populares no Brasil:

Dicas práticas

Para potencializar a segurança, diversifique seus recursos em CDBs de diferentes bancos, garantindo que o valor em cada instituição não ultrapasse o limite de cobertura do FGC. Compare sempre o retorno líquido, considerando IR e IOF.

Avalie seu horizonte de investimento antes de escolher entre liquidez diária ou prazos longos. Fique atento a ofertas especiais de fintechs e bancos digitais, que geralmente concedem taxas mais atrativas.

Dados e Exemplos Atuais (2024–2025)

No período de 2024–2025, o CDI tem girado em torno de 13% a.a. Títulos pós-fixados de 110% a 120% do CDI oferecem entre 14,3% e 15,6% a.a. bruto. Em grandes bancos, há CDBs que pagam de 90% a 100% do CDI, rendendo cerca de 11,7% a 13% a.a.

Já em instituições de médio porte e fintechs, é comum encontrar CDBs prefixados entre 13% e 14% a.a. para prazos de dois a três anos, além de alternativas híbridas atreladas ao IPCA mais 5% a 6% a.a.

Considerações finais

O CDB é uma opção atraente para quem busca segurança e previsibilidade para o investidor, oferecendo cobertura do FGC, variedade de prazos e indexadores e rentabilidade superior à poupança. Seja para a reserva de emergência ou objetivos de médio e longo prazo, vale a pena avaliar as condições de mercado e comparar retornos líquidos antes de investir.

Referências

Giovanni Medeiros

Sobre o Autor: Giovanni Medeiros

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